Foto e biografia: https:projetopassofundo.wiki.br
ROMEU GASPAR SALLES PITTHA
Quando Romeu Gaspar Salles Pitthan nasceu em 5 de agosto de 1938, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil, seu pai, André Carlos Dumoncel Pitthan Filho, tinha 43 anos e sua mãe, Elvira Salles, tinha 38 anos. Ele faleceu em 25 de março de 2017, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, com 78 anos.
Nasceu em Passo Fundo/RS, a 05 de agosto de 1938. É filho do poeta e líder Maragato André Pitthan e de Elvira Salles Pitthan. Seu primeiro emprego foi como locutor da Rádio Passo Fundo aos 16 anos.Foi chefe da Tropa de Escoteiros Guaranis.Em 1956, mudou-se para Porto Alegre, onde foi locutor das rádios Itaí, Difusora e Gaúcha. Paralelamente, foi revisor do Diário Oficial do Estado, Assistente Técnico e Assistente de Direção da Divisão de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura.
Fez o Curso de Jornalismo na PUC e Curso de Formação Pedagógica para o Ensino Médio, tendo lecionado na Escola Protásio Alves, em Porto Alegre. Por duas vezes, respondeu pela Direção da Divisão e Cultura, órgão precursor da Secretaria de Cultura do Estado.
Encerrou suas atividades no rádio, como Diretor Geral da Rádio Continental de Porto Alegre, então adquirida pela Rede Globo.
Nessa emissora, foi o último locutor do Repórter Esso no Rio Grande do Sul o mais famoso noticiário de rádio do Brasil - extinto em 1967.
Durante os onze anos em que exerceu as atividades no rádio, na capital 1956 a 1967- realizou importantes coberturas jornalísticas, como a da inauguração de Brasília e posses de Jânio Quadros e João Goulart na Presidência da República.
Participou como locutor da Rede da Legalidade e dos maiores acontecimentos políticos nacionais nesse período.
Em 1967, retornou a Passo Fundo, onde fez o curso de Direito, advogou, lecionou no Colégio Comercial? e foi Coordenador do Ensino Médio da 7.a Região Escolar da Secretaria de Educação e Cultura. Eleito Vereador, foi Presidente da Comissão da Legislação da Câmara Municipal.
Presidiu a Academia Passo-Fundense de Letras.
Em 1974, ingressou no Ministério Público exercendo suas atividades nas comarcas de Faxinal do Soturno, Três Passos, São Jerônimo e Canoas. Instalou , oficialmente, a Promotoria da Comarca de Triunfo.
Na entrância final, como Promotor de Justiça na Capital, atuou na 8.a Vara Criminal, no Foro Regional da Tristeza ? onde instalou a Promotoria ? e nas Auditorias da Justiça Militar do Estado.
Foi o primeiro Coordenador do Núcleo da Grande Porto Alegre da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Promovido a Procurador de Justiça, atuou na 4.a Câmara Criminal do Tribunal do Estado, onde concluiu sua carreira ministerial com a aposentadoria.
Escreveu: Títulos, prêmios e honrarias:
1970 - Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 23 (LECH, Osvandré LC. (2013). pg.49) - 1973 - Eleito Presidente da APLetras (LECH, Osvandré LC. (2013). pg.40-41)
Obras: - Botões sem amargura. Sóis e luas. Tropel de Rimas 2023 - Poesias Romeu Gaspar Salles Pittha,
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VENZON, Altayr; MONCKS, Joaquim; RODRIGUES, Darcila (organizadores). Antologia da Casa do Poeta Rio-Grandense Coletânea Literária. Porto Alegre/RS: Antonio Soares /Edições Caravela, 2025. 216 p. ISBN 978-85-8375-027-7
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo Brito (livreiro) em 2024.
Sóis e luas
Meus sóis logicamente não pretendem
Ter a luz e o esplendor do Astro Rei
São pequeninos sóis dos quais dependem
Opacidades dos versos que criei.
Minhas luas, tão pobres e tão nuas,
Só amenizam sombras interiores...
Não têm o mistério de outras luas,
Que aureolaram na terra mil amores.
São sóis que iluminam os meus dias
E luas que, nas horas mais tardias,
Peregrinam no fundo do meu ser.
E focalizam veios de poesias,
De cuja existência eu não sabia,
Antes de Sóis e Luas conhecer!...
Vida
Não quero levar vantagem
Da vida que Deus me deu,
Pois sei que estou de passagem
Num mundo que não é meu.
Nem quero que a trajetória
Desta terrena existência
Marque páginas de glória
Ou inspire reverência...
Mas quero que a caminhada
Seja marcada e lembrada
Por tudo quanto sonhei:
— Pela fé nos meus amigos.
Pelos meus filhos queridos,
Pelas mulheres que amei...
Ah! as palavras
Nunca dias sempre
Porque o sempre nunca
Cumpre sua promessa de eternidade.
Mas, também, não digas nunca é desmentido
Por circunstâncias nem sempre previsíveis.
Calouro
Sou calouro na velhice,
Pois nela acabo de entrar.
— Fiz o pré da mocidade
Passei no vestibular...
E essa nova Faculdade,
Por certo irei terminar,
Sem qualquer dificuldade:
É só o tempo passar.
E o tempo — corpo docente —
Não será tão exigente
No novo curso, afinal.
Para outorgar-me o diploma
Bastará fazer a soma
De frequência existencial.
Disfarce
No jardim da minha vida
Só não plantei mal-me-quer.
— E a minha for preferida
Deus disfarçou de mulher...
É com a alma
Ao leres uma poesia
Não o faças com a mente
— Vê se ela tem harmonia
Com tua alma somente...
Abrigo
Quando o sol à tardinha vai descendo,
Como quem volta pra casas, no horizonte,
O gado ruminando, a passo lento,
Vem pro curral como o sedento à fonte.
E, aos poucos, um a um vão se chegando
Com a confiança que tem o gado manso,
Enquanto o sol sonolento vai deitando
Eles procuram abrigo pra o descanso.
Assim, à noite, eu volto para os teus braços,
Ruminando saudades no meu peito,
Faminto da ração dos teus abraços
E do morno calor do nosso leito.
E, como sol que se cobre de coxilha,
Me cobre o teu amor que é o dono
Do sol que há em mim, e do teu corpo
Faz segura mangueira pra o seu sono!...
Trovando
Fazer trovas eu me atrevo
Porque gosto de trovar.
— De quatro folhas o trevo
Vivo na vida a buscar!...
A pintora e o poeta
Vem pincelar com cores os meus versos
Que eu porei rimas ema tuas lindar telas
Formaremos, então, dois universos
Num mundo feito só de coisas belas.
Retratarás na tua arte a minha arte
Que musicará tuas paisagens,
E faremos, assim, de parte a parte,
Um somatório de sons e de imagens...
Te aproxima de mim com a tua aquarela!
Vem ver o mundo aqui da minha janela,
Quero que sintas tudo o que eu senti.
Pintarás mil belezas, e eu, te vendo
Irei, com carinho, descrevendo
Toda poesia que encontrei em ti!...
A dama
A poesia é uma dama
Difícil de conquistar:
— Só cede a quem ela ama,
Não a quem diz lhe amar...
Chegaste
Quando chegaste querida
Fiz dolorido meu punho
Passando a limpo minha vida
Que até então era rascunho.
*
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Página publicada em janeiro de 2025
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